Hoje em dia, fazer tatuagem é
algo que não tem mais aquele preconceito absurdo de alguns anos atrás, em que o
fato de traçar algo permanente no corpo atrapalhava até na hora de conseguir um
emprego decente — muitos já passaram por isso. Mesmo assim, alguns problemas em
aceitar uma tatoo no corpo de alguém ainda estão presentes na sociedade.
Com a popularização do
negócio, os tatuadores invadiram o planeta de vez, com cada vez mais artistas
de plantão — sim, tatuagem é uma arte — e lojas especializadas, que vão desde
as mais precárias (aqueles que usam tinta de caneta bic na cadeia) até lugares
renomados mundialmente.
Contudo, a galera começou
a ficar literalmente viciada na coisa, chegando ao ponto em que alguns não
conseguem ficar nem sequer uma semana longe do barulho da maquininha riscando
algo no corpo, e alguns até sentem prazer com a dor no momento de uma tatoo —
cada um com o seu gosto e suas manias.
O recordista da vez
Essa febre de tatuagem
realmente tomou conta de muita gente em terras tupiniquins, e um bom exemplo
disso é o ilustre e maníaco por tatoo, Fernando Franco de Oliveira, de 37 anos,
que entrou para o RankBrasil em 2014 por ser o homem mais tatuado do país. Ao
todo, o cara tem 99% do corpo tatuado, além de uma bifurcação da língua, cinco
alargadores, seis piercings e 16 implantes.
Para você ter ideia,
Fernando fez sua primeira tatuagem em 2004, quando ainda atuava como soldador
em uma fábrica. Depois de um acidente, que o levou para uma aposentadoria
precoce, ele resolveu mergulhar de vez nesse universo e se tornou tatuador
profissional em Tatuí (SP), onde nasceu e vive até hoje.
Com a palavra, o próprio
Fernando: “Sempre gostei da etnia tribal e indígena. Não queria deixar morrer
essa cultura. Quando comecei com as tatuagens, decidi que seria o mais tatuado
do Brasil”.
Fugindo do padrão
Ao longo desses 10 anos o
cara passou muitas horas na maca riscando o corpo e realmente se tornou o
“homem tatoo” do Brasil, com 99% do corpo coberto por diversas imagens de
demônios, palhaços, tribais, entre outras figuras — na sola dos pés e até na
região genital —, o que fez com que ele chegasse ao topo no RankBrasil,
especializado em recordes brasileiros.
Para ele, fugir do padrão
imposto pela sociedade também foi motivação: “No Brasil ainda existe muito
preconceito, mas na Europa isso é mais respeitado como arte. Nunca fumei e nem
usei drogas. Bebia, mas parei há seis anos. As pessoas veem a gente pela casca,
mas não pelo pensamento”, explica.
Fernando já gastou o
equivalente a 80 mil reais com essa brincadeira, mas conseguiu chegar onde ele
tanto queria: “É uma emoção muito grande e a confirmação do meu sonho. Agora
quase não tenho espaço para novas tatuagens, mas quero fazer outros implantes.
O objetivo é se diferenciar e levar a modificação corporal ao extremo. Sempre
continuar a arte”.
Mesmo ele sendo tatuador
profissional, é claro que não foi o próprio Fernando quem fez essas artes pelo
corpo, mas sim o seu fiel amigo, Sandro de Camargo. Além disso, a pintura dos
olhos foi obra de Rafael Leão Dias, que, de acordo com Fernando, é o único
profissional realmente qualificado para fazer este tipo de procedimento no
Brasil.
A ciência responde: tatuagem vicia?
Diversos estudos
fisiológicos e psicológicos ajudam na hora de responder uma pergunta como essa.
A medicina afirma que há, sim, uma possibilidade de que a tatuagem realmente
vire um vício. Isso porque, durante as sessões de tatuagem, o corpo libera uma
grande quantidade de endorfina.
Um estudo feito em 2009 e
realizado da Universidade de Bohn, na Alemanha, analisou o cérebro de 10
corredores antes e depois de uma corrida de duas horas de duração. Esse tipo de
atividade, assim como uma sessão de tatuagem, libera alta concentração de
endorfina no organismo.
Por sua vez, a endorfina é
um hormônio neurotransmissor – liberado durante a prática de exercícios físicos
– que melhora a memória, assim como o sistema imunológico, humor, disposição
diária, aumenta a resistência e até mesmo alivia as dores. Ou seja, a cada
agulhada na pele uma sensação de prazer é gerada pela alta taxa de endorfina no
sangue.
Por fim, deixo você,
leitor, com um discurso famoso sobre o assunto: “Para alguns, ser tatuado é uma
espécie de cura. Adquirir uma tatuagem de grande proporção leva tempo e gera
sofrimento, e isso representa um amadurecimento como ser humano. Você vai aprender
a experimentar e superar a dor. É como se a cada riscada da agulha você ficasse
mais forte e mais completo”.
Fonte:
MegaCurioso
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