Como você sabe, Colombo
“descobriu” a América em 1492, quando aportou com suas embarcações a uma ilha a
noroeste de Cuba à
qual ele batizou de San Salvador. Mas, segundo uma incrível história publicada
pelo site Space.com, essa não foi a única vez que o genovês se
aventurou por estas bandas. Ao longo de 10 anos após o descobrimento, o
explorador fez outras quatro viagens ao novo mundo e, durante a última delas,
ele se viu na maior enrascada.
Em maio de 1502, depois de
partir do porto de Cádiz, na Espanha,
com as embarcações Gallega, Santiago de Palos, Vizcaína e Capitana rumo à costa
da América Central, Colombo foi obrigado a abandonar duas delas pelo caminho
devido a uma infestação de cupins-do-mar. Os navios restantes acabaram chegando
ao norte da costa da Jamaica em junho de 1503 e, em um primeiro momento, os
náufragos foram bem recebidos pelos nativos.
Visitantes sem noção
Contudo, você já se viu na
situação de receber aquelas visitas sem noção que nunca vão embora? Então,
depois de alguns meses, os nativos começaram a se cansar de fornecer alimentos
e abrigo em troca das bugigangas que os estrangeiros usavam como moeda, e foi
apenas uma questão de tempo até que a situação se tornasse tensa.
Para piorar, a tripulação
de Colombo se rebelou contra os anfitriões e acabou roubando e matando alguns
dos nativos. Vendo que ficaria sem saída, o genovês esperto bolou um plano.
Naquela época, um item indispensável em qualquer viagem — considerado tão
importante quantos mapas e bússola — era um almanaque de autoria de Johannes Müller
von Königsberg, um famoso astrólogo, cosmógrafo e matemático alemão, e nenhum
marinheiro saia de viagem sem ele.
Esse livro bendito
continha informações detalhadas sobre a Lua, o Sol e os planetas, assim como
listas das principais estrelas e constelações de interesse para os navegadores.
Mais importante ainda para Colombo, o almanaque trazia tabelas que cobriam os
principais eventos astronômicos de 1475 até 1506. O almirante, evidentemente,
havia estudado o conteúdo da publicação com cuidado, e sabia que em fevereiro
de 1504 ocorreria um eclipse total da Lua.
Pondo o plano em ação
Com essa preciosa
informação em mãos, Colombo procurou o chefe dos nativos três dias antes do
eclipse. O perspicaz genovês inventou que seu Deus cristão estava muito muito aborrecido
com os locais por que eles haviam decidido deixar de fornecer teto e comida aos
estrangeiros, e que o todo-poderoso mostraria um sinal de sua fúria!
Segundo Colombo, o
“mensageiro divino”, no período de três dias o altíssimo faria com que a Lua aparecesse
inflamada pela ira no céu, e que isso seria o prelúdio de uma série de
desgraças que se abateria sobre os nativos. E, quando a Lua surgiu no terceiro
dia, ficou claro que algo muito terrível estava acontecendo. Depois que
apareceu completamente, não demorou para que uma pequena parte desaparecesse de
sua extremidade inferior.
Trevas!
E você sabe como são os
eclipses, não é mesmo? Pois, para a sorte de Colombo, os nativos não sabiam!
Assim, pouco mais de uma hora depois do anoitecer, as trevas caíram sobre a
Terra e a Lua pairava como se tivesse sido banhada de sangue. Segundo um dos
filhos do almirante, Fernando, os habitantes locais ficaram aterrorizados e
começaram a trazer provisões e abastecer os navios imediatamente, suplicando
que Colombo intercedesse junto ao seu Deus.
Em troca do perdão divino
e de que a Lua voltasse ao normal, os nativos prometeram que cooperariam com
estrangeiros. Colombo, por sua vez, ainda bancou o importante, dizendo que
precisava se retirar para debater a questão com o todo-poderoso. Durante esse
período, o almirante ficou com os olhos grudados em uma ampulheta para não
perder o desenrolar do eclipse e, algum tempo depois, retornou anunciando que
os nativos haviam sido poupados.
E, como por milagre, a Lua
começou a voltar ao normal gradativamente. Os nativos, aliviados, cumpriram com
a promessa e mantiveram os homens de Colombo abastecidos e abrigados até que
uma caravela enviada da Espanha chegasse e socorresse a tripulação alguns meses
depois.
Fonte:
MegaCurioso
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