A invisibilidade pode ser,
ainda, coisa da ficção, como nos filmes de Harry Potter, mas cientistas do
Japão criaram uma forma de deixar camundongos quase totalmente transparentes.
Usando um método que
remove quase completamente a cor dos tecidos — com o inconveniente de que matou
as cobaias no processo —, cientistas disseram ter conseguido examinar órgãos do
indivíduo ou, inclusive, corpos inteiros sem ter que cortá-los, criando uma
visão mais ampla de problemas com os quais trabalham.
As técnicas darão aos
cientistas um "novo entendimento da estrutura tridimensional de órgãos e
como certos genes são expressos em vários tecidos", disse Kazuki Tainaka,
o principal autor de um estudo publicado na revista americana
Cell. "Ficamos muito surpresos ao ver que o corpo inteiro de um
filhote e de um adulto pudesse ficar quase transparente", afirmou em um
comunicado, divulgado pelo instituto japonês de pesquisas RIKEN e seus
colaboradores.
O trabalho, que também
envolveu a Universidade de Tíoqui e a Agência de Ciência e Tecnologia do Japão,
se concentra em um composto chamado heme (ou hemo), o constituinte que dá ao
sangue a cor vermelha e é encontrado na maioria dos tecidos do corpo. O processo
envolve o bombeamento de uma solução salina no coração do camundongo, retirando
o sangue do sistema circulatório, o que provoca a morte do animal.
Em seguida, é introduzido
um reagente, que atua para separar o heme da hemoglobina, que permanece nos
órgãos do animal. Para completar o processo, o ratinho morto é esfolado e
empapado com o reagente por até duas semanas. Um feixe de luz de laser,
que pode ser emitido para penetrar até um nível específico, cria uma imagem
completa do corpo, assim como uma impressora em 3D cria objetos físicos em
camadas.
"Até agora, os
microscópios nos permitiam observar as coisas em detalhes mínimos, mas isto
também nos privou do contexto do que estávamos olhando", disse Tainaka à
AFP. O novo método, que não pode ser aplicado a coisas vivas, "nos
dará detalhes, enquanto vai nos habilitar a obter o quadro mais amplo",
afirmou.
Hiroki Ueda, que chefiou a
equipe de pesquisas, destacou no comunicado que o método "poderia ser
usado para estudar como embriões se desenvolvem ou como o câncer e as doenças
autoimunes se desenvolvem em nível celular. Espera-se que o método leve
"a uma compreensão mais profunda destas doenças e, talvez, a novas
estratégias terapêuticas".
Fonte:
MegaCurioso
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