Apesar de o suor não ser uma das coisas mais agradáveis produzidas pelo nosso organismo, ele tem uma função
extremamente importante para a nossa sobrevivência. É através desse crucialmecanismo que os nossos corpos regulam sua
temperatura, garantindo que muitas das funções vitais possam ocorrer sem
maiores problemas. Portanto, não pense você que não produzir essa substância
seria uma bênção!
Por azar, algumas pessoas
nascem com uma condição excepcionalmente rara e pouco conhecida chamada
anidrose, o que significa que elas são incapazes de transpirar. Segundo um artigo
do site Popular Science, esse é o caso de um casal de paquistaneses
cujos filhos sofrem com esse sério problema. De acordo com a publicação, para
evitar que seus corpos fiquem superaquecidos, as crianças passam boa parte do
tempo no porão.
Isso por que, se os filhos
ficam muito expostos à luz do dia, sua temperatura corporal sobe e eles perdem
a consciência. Aliás, muita exposição ao sol pode inclusive ser mortal para
essas crianças. Entretanto, uma equipe de pesquisadores da Universidade de
Uppsala, na Suécia, se deparou com a família paquistanesa e fez descobertas
importantes sobre a anidrose.
Busca pelo culpado
Esse grupo de cientistas
se dedica a estudar anomalias genéticas provocadas pela mutação de um único
gene. Conforme explicaram, a anidrose, embora seja extremamente rara, quando
ocorre, vem acompanhada de outras condições de pele. No entanto, no caso da família
paquistanesa, os integrantes são de especial interesse já que apresentam
unicamente essa condição, permitindo que os pesquisadores pudessem localizar a
causa exata do problema.
Assim, depois de
decodificar o genoma dos integrantes da família, os pesquisadores descobriram
que a anidrose é provocada por uma única mutação genética que afeta o gene
ITPR2, responsável por controlar a produção de suor pelo organismo. Esse gene
está relacionado com a proteína IP3R2, cuja função é formar um canal no cérebro
que libera cálcio quando as células sensíveis à temperatura são acionadas.
Essa liberação provoca uma
cadeia de eventos que, eventualmente, resulta na secreção de suor e, no caso
das crianças paquistanesas, esse mecanismo não funciona. Segundo os pesquisadores,
compreender como o processo de produção de suor ocorre pode levar ao
desenvolvimento de medicamentos para tratar o problema oposto, ou seja, a
produção excessiva de suor.
Nova solução
Conhecida como
hiperidrose, essa condição é bem mais comum que a anidrose e afeta 2% da
população mundial. Os afetados apresentam sudorese nas palmas das mãos, plantas
dos pés e axilas sem motivo aparente e, em algumas pessoas, a quantidade chega
a ser copiosa, o que pode ser bastante constrangedor.
Os tratamentos atuais podem
ser dolorosos e incluem a aplicação de Botox nas áreas afetadas — imagine levar
uma injeção no sovaco! — e cirurgia. Mas, segundo a equipe sueca, encontrar uma
forma de inibir os níveis da IP3R2 pode ser uma solução bem mais simples para o
problema, e pode permitir que eles consigam reduzir a transpiração em 60%.
Fonte:
MegaCurioso
0 comentários:
Postar um comentário