Contrariando hipótese bem
aceita e difundida na medicina, um estudo sueco divulgado ontem aponta que o
alto consumo de leite não reduz a ocorrência de fraturas ósseas e pode até
aumentar o risco de morte.
A pesquisa realizada por
cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, e publicada no periódico The
British Medical Journal, do Reino Unido, mostrou que, tanto em homens quanto em
mulheres observados por anos, o índice de mortalidade foi maior entre aqueles
que tomavam mais de três copos de leite por dia (média de 680 ml) do que entre
os que consumiam até um copo.
Além disso, não foi
observada a redução do risco de fraturas em nenhum dos participantes, resultado
que contraria estudos que mostram que o leite tem papel importante na prevenção
da osteoporose. Os cientistas suecos ressaltam, porém, que os resultados
do estudo devem ser interpretados de forma cautelosa, uma vez que a pesquisa
foi observacional e ainda não fornece evidências suficientes para provar a
relação de causa e efeito entre o consumo do leite e a ocorrência de fraturas e
mortes.
Eles defendem que, a
partir desse resultado, novos estudos sejam feitos sobre o tema para avaliar a
real necessidade de mudar as recomendações sobre a quantidade de produto que
deve ser consumida diariamente.
Razões
Embora a pesquisa ainda
não permita conclusões definitivas, a hipótese dos pesquisadores suecos é de
que o consumo de leite possa ser prejudicial por causa dos altos índices de
lactose e galactose, tipos de açúcar presentes na bebida, que, de acordo com estudos
anteriores feitos em animais, aumentam o estresse oxidativo no organismo e os
processos inflamatórios crônicos.
A hipótese de que os
açúcares seriam os vilões do leite ganha força com outra constatação da
pesquisa: houve queda no número de fraturas e de mortes entre o grupo que
consumia altos índices de produtos fermentados derivados do leite que têm
baixos níveis de lactose, incluindo alguns tipos de iogurte e queijo.
Metodologia
Para avaliar a relação entre o consumo de leite e a
ocorrência de fraturas e mortes, os cientistas da Universidade de Uppsala
acompanharam um grupo de 61.433 mulheres por 20 anos, período no qual foram
registradas 15.541 mortes e 17.252 fraturas. O outro grupo foi formado por
45.339 homens,
acompanhados por 11 anos, quando ocorreram 10.112 óbitos e 5.066
fraturas.
De acordo com a pesquisa, a não redução do risco de
fraturas e o aumento da mortalidade foram mais relevantes entre as
participantes do sexo feminino. O estudo mostrou ligação entre o consumo do
produto e o aumento do estresse oxidativo.
Fonte:
MegaCurioso
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