Não é preciso ser um gênio
da Neurociência para entender que adolescentes e adultos são diferentes, agem
de maneiras distintas e, logicamente, têm pensamentos não muito parecidos. Mas
você já parou para pensar quais as diferenças existentes entre os cérebros de
adolescentes e adultos?
Parece que a rixa
comportamental tem a ver com a forma como o cérebro amadurece e evolui, em um
processo conhecido como neuromaturação. Para entender esse processo, você
precisa saber que seu cérebro é feito de massa branca e massa cinzenta. A parte
cinzenta termina de ser desenvolvida por volta dos 12 anos, enquanto a parte
branca só vai ficar totalmente pronta quando estivermos na casa dos 20. Antes
disso, esqueça.
É por isso que o cérebro
dos adolescentes ainda não “funciona” bem. Lógico que ele é capaz de lidar com
todas as questões motoras e cognitivas, mas a parte comportamental sai
perdendo. Por isso é que a adolescência é conhecida como uma fase de revolta e
confusão. Sem falar, é claro, na questão da formação pessoal de cada indivíduo,
que envolve a experiência que cada pessoa vive desde que nasce, incluindo
traumas e outros aprendizados não genéricos.
Comparações
A falta de formação da
massa branca afeta os adolescentes no sentido que, muitas vezes, eles acabam
não enxergando uma situação de forma completa, o que faz com que a pessoa acabe
tomando decisões erradas ou precipitadas.
O cérebro adulto, por sua
vez, tem um número de conexões neurais que permitem que todas as partes do
órgão trabalhem juntas. Já o cérebro adolescente tem condições não muito
completas de trabalho. Já é cientificamente comprovado que a última parte do
cérebro a ser formada é o lobo frontal, que é a região responsável por
controlar a atenção, os impulsos e a motivação.
Uma questão de química
Os adolescentes têm
cérebros mais receptíveis para os benefícios recebidos de interações com os
seus ambientes. É por isso que é preciso estimulá-los a aprender e explorar
novas experiências. O problema é que essa mesma característica pode ter um lado
negativo, pois a química cerebral adolescente pode fazê-los viciar em alguma
coisa facilmente, trazendo isso para a fase adulta, como a bebida e o cigarro.
A química cerebral de um
adulto, por outro lado, tem menos oscilações e faz com que sensações de prazer cheguem
a uma base emocional muito mais rapidamente, estimulando a criação de hábitos –
que podem ser bons ou ruins.
Formas distintas de ver a mesma coisa
Outra diferença básica nos
cérebros de adultos e adolescentes é a forma como respondem às emoções de outros
indivíduos. Um teste feito por pesquisadores do McLean Hospital de
Massachusetts descobriu que, quando adolescentes interagem com imagens de
outras pessoas e precisam decifrar emoções em diferentes rostos, eles não só
usam uma parte diferente do cérebro para interpretar a informação como as
conclusões são bem diferentes das dos adultos.
Expressões faciais que os
adultos reconhecem como medo foram interpretadas como raiva por adolescentes, o
que fez com que os pesquisadores acreditassem que a dificuldade de relação
entre adolescentes e adultos não é apenas uma questão de teimosia, mas pode ter
a ver também com a forma diferente como ambos enxergam a mesma situação.
Mas passa
A mudança que pais
enxergam em seus filhos quando chegam à fase adulta pode ter forte relação com
a maturidade do cérebro deles. Adultos têm uma camada chamada mielina, que faz
parte da massa branca, e que é responsável pela proteção neural no cérebro.
Isso faz com que as conexões cerebrais sejam feitas mais rapidamente.
À medida que os
adolescentes começam a produzir essa substância, a mudança comportamental é
visível. Então, quando você ouvir que adolescência é uma fase complicada,
acredite. E acredite também no mais importante: como toda fase, ela vai passar.
Fonte:
MegaCurioso
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