No dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna da Silva sofria um acidente fatal. Naquela manhã de domingo, o tricampeão mundial deixaria uma falta irreparável nos milhares de fãs que tinha no Brasil e no mundo. O acidente, que aconteceu na curva Tamburello do GP de San Marino, hoje é lembrado por muitos com pesar.

Ayrton Senna era conhecido por seu carisma e sempre foi descrito como uma pessoa simpática e muito atenciosa por todos os fãs e jornalistas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Uma dessas pessoas foi o jornalista Livio Oricchio, que acompanhou a carreira do piloto e estava presente nos últimos instantes da vida de um de nossos maiores heróis.


Depois de presenciar as vitórias e, infelizmente, relatar a partida do grande piloto, Oricchio preparou um especial para o UOL em que revela maiores detalhes sobre os últimos dias da carreira de Senna. Abaixo você confere alguns dos fatos retirados do especial:


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         O carro que Senna pilotava naquela temporada era o Willians FW16, cujo projeto era de responsabilidade do engenheiro Adrian Newey. O brasileiro já havia tido dificuldades em pilotar o carro por conta da instabilidade do veículo ao passar sobre qualquer irregularidade no asfalto. Senna chegou a solicitar a Frank Williams, dirigente da escuderia, que pudesse treinar com o FW15C;

·  Uma das dificuldades de Senna era que ele machucava as mãos enquanto pilotava. Ao virar o volante, o piloto esbarrava com as mãos na parte superior do cockpit e se feria. A configuração do volante foi alterada para evitar o problema e muitos acreditam que isso foi determinante para o acidente;

·      Tudo indica que a pressão psicológica também influenciou diretamente o piloto. Senna estava indo para a terceira etapa do mundial sem ter marcado nenhum ponto, enquanto Michael Schumacher – seu principal adversário – havia vencido as duas corridas do campeonato e estava na liderança com 20 pontos;



Na sexta-feira (29 de abril de 1994), logo no início do treino, Rubens Barrichello – com 21 anos na época – sofreu um acidente que também deixou Senna preocupado. Barrichello bateu contra um muro a cerca de 200 km/h e capotou. O jovem piloto ficou desacordado por alguns instantes e Senna, que foi conferir a cena de perto, saiu de lá visivelmente abalado;

No sábado (30 de abril), a situação ficou ainda pior. O piloto austríaco Roland Ratzenberger morreu ao colidir a 300 km/h na curva Villeneuve do circuito de Ímola. Senna, que já estava abalado pelo acidente de Barrichello no dia anterior, ficou ainda mais entristecido. O piloto chegou a ir até o local da pista onde havia ocorrido o acidente e depois chorou compulsivamente pela perda do colega. Para agravar a situação, o brasileiro ainda recebeu uma advertência do belga Roland Bruynseraede, delegado de segurança da F1 e diretor de prova, por ter ido até o local do acidente;



Sid Watkins, médico da Fórmula 1 e amigo do piloto brasileiro, chegou a aconselhá-lo a não disputar o GP de San Marino no sábado à noite, poucas horas do acidente. “Ele me disse: ‘O que é que eu vou alegar para a equipe, nessa situação em que estamos, 20 pontos atrás de Schumacher na classificação? Apenas que não estou bem?’”, revelou o médico anos depois;

No domingo (1º de maio), logo na largada da prova, um acidente com o carro da Benetton fez com que o safety car entrasse na pista. Nesse momento, Senna estava em primeiro lugar, seguido de Schumacher. Como naquela época o safety car era um veículo de série, a velocidade percorrida no circuito era menor do que o necessário para manter a temperatura dos pneus e dos freios, o que facilitaria a retomada da competição. A baixa velocidade fez com que a pressão dos pneus da Williams caísse e isso também pode ter contribuído para o acidente;

Depois de passar pela tangente da curva Tamburello e se chocar gravemente, Senna recebeu pronto atendimento. Os comissários de prova do circuito de Ímola revelaram que foi encontrada uma bandeira da Áustria em meio aos destroços do carro do brasileiro. Provavelmente, Senna havia planejado fazer uma homenagem a Roland Ratzenberger, que havia falecido no dia anterior;



O corpo de Ayrton Senna foi trazido ao Brasil na classe executiva em um voo que partiu de Paris para São Paulo. Com as cortinas fechadas, apenas a tripulação sabia que o caixão do piloto estava na aeronave e nenhum dos passageiros foi informado para que não houvesse tumulto. Demais aeronaves que estavam no ar naquele momento e foram avisadas que o corpo do piloto estava sendo transportado passaram pelo avião fazendo sinal de luzes e algumas tripulações enviaram mensagens;

Quase um ano após a morte de Senna, em março de 1995, o capacete que o piloto usou ao conquistar o seu primeiro título na Fórmula 1, em 1988, foi leiloado. O lance vencedor foi de 45 mil dólares pela peça que tinha os autógrafos de Senna e da apresentadora Xuxa, com quem o piloto teve um relacionamento.







Fonte: MegaCurioso

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