Quando se fala de uma
prisão, todo mundo tem em mente o mesmo modelo de edifício. No entanto, pouca
gente sabe que existe um tipo flutuante de cárcere. É o caso do Vernon C. Bain
Correction Center, que está ancorado fora do Bronx, em Long Island Sound, Nova York.
Apelidado de “O Barco” pelos funcionários e pelos presos, ele é conhecido como
o maior navio de prisão em operação no mundo, segundo o Guinness Book.
A embarcação foi
construída por causa da superlotação das prisões na cidade de Nova York, em
1980. Ela não é diferente das prisões convencionais espalhadas pelos Estados
Unidos e tem evoluído ao longo das décadas para melhor abrigar os diferentes
tipos de detentos do Departamento de Correções da cidade. Seu nome é uma
homenagem ao diretor do presídio, que morreu em um acidente automobilístico.
A barca está em
funcionamento desde 1992 e poderia se tornar um modelo para outros projetos
desse tipo, tornando-se muito comum até mesmo pelo mundo inteiro, se não fossem
os valores exorbitantes necessários para a construção de um sistema prisional
desse tipo (mais ou menos US$ 161 milhões). Entretanto, muitos nova-iorquinos
nem sabem da existência desse navio.
As instalações
O navio possui mais de 190
metros de comprimento por pouco mais de 38 metros de largura, pesando
aproximadamente 47.326 toneladas, sua instalação foi feita diretamente na água.
Somente em 2002 é que a Guarda Costeira aceitou o fato de que ele era na
verdade uma prisão, e não um barco, segundo o primeiro capitão da barca, John
Klumpp.
Ele é equipado com 16
dormitórios, 100 celas para os presos e 800 camas. Além disso, conta com uma
grande infraestrutura e um completo centro de lazer, com quadra de basquete,
academias e um espaço de recreação ao ar livre. A embarcação traz também três
capelas religiosas, um centro médico moderno e uma biblioteca para uso
exclusivo.
A história do Vernon
O Departamento de
Correções de Nova York enfrentou um sério problema no final de 1980: a
população carcerária crescia bastante e não havia mais espaço para a construção
de novas penitenciárias, já que os bairros nova-iorquinos estavam densamente
povoados e não havia a menor possibilidade de construção desse tipo de
instituição em lugares residenciais.
A ideia de navios-prisão
foi concebida durante a gestão do prefeito Edward I. Koch e, em 1988, dois
navios foram comprados para servir de instalação. A construção do barco começou
em 1989, mas foi entregue com 18 meses de atraso e com US$ 35 milhões além do
orçamento, devido a problemas com a obra — o que rendeu várias críticas
negativas.
A construção da embarcação
se deu em Nova Orleans e, no dia 26 de janeiro de 1992, ela foi trazida pelo
rebocador Michael Turecamo em uma viagem de 1.800 milhas náuticas.
Primeiramente, os funcionários trabalharam em um navio vazio para aprender as
operações; os presos foram trazidos somente no final desse mesmo ano.
Em 1995, o navio prisional
foi fechado por causa da diminuição da população das prisões na cidade. Até
teve uma possibilidade de reabertura em 1996, devido a uma campanha que visava
a prisão de traficantes de drogas. O navio só foi reaberto mesmo em 1998 pelo
Departamento de Justiça Juvenil, que alugou o espaço.
Na época, havia mais de 5
mil jovens de 13 a 18 anos em detenção em Nova York e a embarcação já estava
pronta para receber presos, então o centro foi utilizado para ajudar a resolver
o problema de espaço. Porém, sso durou somente até janeiro de 2000, quando eles
foram transferidos para outros lugares.
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