Você já teve uma estranha
sensação de que um animal está lhe espionando? Mas, provavelmente, o máximo de
espionagem que o seu cão ou o seu gato podem deixar transparecer é tentar de
algum jeito “disfarçado” (que só eles pensam que ninguém está vendo) de encontrar
um petisco ou uma forma de escapar para dar um passeio.
No entanto, existem
animais espiões de verdade! A maioria foi treinada por serviços secretos e
exércitos, a fim de conseguir mais informações sobre certas pessoas ou
organizações, além de atuar com outras funções importantes para uma conquista
ou proteção militar.
Em 2008, dois pombos
“suspeitos” foram capturados perto de uma instalação de enriquecimento de
urânio. Os dois animais, de fato, eram espiões equipados com dispositivos de
espionagem. Mas esse não foi um incidente isolado. Em 2007, autoridades
iranianas teriam capturado 14 esquilos “armados” com equipamentos em suas
fronteiras.
Porém, tudo isso não é
coisa recente ou uma inovação dos nossos tempos. Afinal, os próprios
pombos-correio têm sido utilizados há séculos para transmitir mensagens, assim
como na ficção, em Game Of Thrones, os responsáveis pelas informações são
os corvos, sendo algo que pode sim acontecer na vida real.
Pombos, esquilos, gatos,
cães, ursos e até golfinhos já foram utilizados como espiões e integrantes
importantes em serviços militares. Saiba mais conferindo logo abaixo:
1 – Pombos
Os pombos-correio foram
amplamente utilizados por forças americanas e britânicas durante a Segunda
Guerra Mundial. Tanto que o Exército dos Estados Unidos tinha até um centro de
criação e treinamento na base militar de Fort Monmouth, em Nova Jersey. Lá os
pombos eram treinados para entregar pequenas cápsulas contendo mensagens,
mapas, fotografias e câmeras.
Os historiadores militares
afirmam que mais de 90% de todas as mensagens transportadas por pombos enviados
pelo Exército dos Estados Unidos durante a guerra foram recebidas. As aves
ainda participaram da invasão do Dia D, pois as tropas operaram sem o uso do
rádio, sob o silêncio.
Os pombos enviaram
informações sobre as posições alemãs nas praias da Normandia e foram
bem-sucedidos nas missões. Na verdade, esses pombos da Segunda Guerra tiveram
um papel militar tão importante que 32 deles foram premiados com a Medalha
Dickin, a mais alta condecoração da Grã-Bretanha para o valor dos animais.
Pombos honrados!
2 – Golfinhos
Pode até parecer coisa de
filme, mas os golfinhos também contribuem para serviços militares. Esses
animais têm servido na Marinha dos Estados Unidos há mais de 40 anos como parte
do Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha. Eles já participaram da Guerra do
Vietnã e da Operação Liberdade do Iraque.
Como são altamente
inteligentes, os golfinhos são treinados para detectar, localizar e marcar
minas, além de nadadores e mergulhadores suspeitos. Em 2009, um grupo de
golfinhos começou a patrulhar a área ao redor da Base Naval de Kitsap-Bangor,
em Washington. Eles patrulham a área 24 horas por dia, sete dias por semana, em
busca de nadadores ou mergulhadores suspeitos em águas da base restrita.
E o que acontece se um
golfinho encontrar um intruso? O animal toca um sensor em um barco para alertar
seu treinador, que, em seguida, prende uma luz estroboscópica ou um dispositivo
de barulho no nariz do golfinho. O mamífero é treinado para nadar até o
intruso, dar um tipo de “tranco” na pessoa a fim de disparar os dispositivos
que estão no nariz e nadar para longe, enquanto a equipe militar assume o
restante da operação.
3 – Rato-do-deserto
MI5, a agência de
segurança e contra-inteligência do Reino Unido, considerou a utilização de uma
equipe de roedores treinados para detectar terroristas voando para a
Grã-Bretanha na década de 1970. De acordo com Sir Stephen Lander, ex-diretor da
organização, os israelenses colocaram a ideia em prática, posicionando gaiolas
de ratos-do-deserto em verificações de segurança no aeroporto de Tel Aviv.
Um ventilador levava o
cheiro dos suspeitos até a jaula dos roedores, sendo que eles eram treinados
para pressionar uma alavanca se detectassem altos níveis de adrenalina. O
sistema nunca foi implantado nos aeroportos do Reino Unido porque os
israelenses foram forçados a abandoná-lo depois que se descobriu que os
roedores não conseguiam discernir entre terroristas e passageiros que estavam
com medo de voar.
4 – Cães
Durante a Segunda Guerra
Mundial, cães “antitanque” foram utilizados pela União Soviética para lutar
contra tanques alemães. Esse foi um dos mais cruéis usos dos cães em atividades
de guerra. A princípio, os cães eram treinados (com a ajuda de comida) para
carregar explosivos para debaixo de tanques e, com a ajuda dos dentes, soltar
um tipo de cinto com a carga e deixá-la no local para ser detonada depois que
eles saíssem.
Porém, essa estratégia não
deu certo, pois a maioria dos cães não conseguia se livrar da carga, o que
acabou tornando o trabalho deles “missões suicidas”. Como a primeiro processo
não dava certo, os soviéticos tiveram a ideia de que os cachorros deveriam
entrar debaixo dos tanques inimigos para a carga explosiva ser detonada por um
dispositivo acionado por impacto com o animal e tudo.
Como se acabar com a vida
dos peludos não fosse suficiente, o treinamento envolvido não era exatamente um
passeio no parque. Os cães eram deixados famintos até que seus petiscos eram
colocados sob um tanque de treinamento, condicionando-os a pensar que toda e
qualquer comida estava sob todos os tanques do mundo.
Enquanto algumas fontes
soviéticas afirmam que cerca de trezentos tanques alemães foram danificados
pelos cães, muitos dizem que isso foi simplesmente propaganda para tentar
justificar a crueldade do programa.
Na verdade, o processo
tinha vários problemas, além do mais óbvio que foi a morte de muitos cães. Nas
batalhas, vários se recusavam a se enfiar debaixo dos tanques em movimento,
porque eles tinham sido treinados com tanques parados como uma medida de
economia de combustível.
Os tiros também assustavam
os cachorros e eles corriam de volta para as trincheiras dos soldados, muitas
vezes detonando a carga ao saltar. Para evitar isso, muitos cães que retornavam
eram baleados, inúmeras vezes pelas mesmas pessoas que lhes enviaram. Triste.
5 – Gatos
Durante a Guerra Fria, a
CIA tentou transformar um gato doméstico comum em um dispositivo de escuta
sofisticado como parte da Operação Gato Acústico (ou Bichano Acústico, como
também é conhecida). A ideia era alterar cirurgicamente gatos para que eles
pudessem escutar conversas de soviéticos em bancos de jardins ou perto de
janelas.
O projeto começou em 1961,
quando a CIA implantou uma bateria e um microfone em um gato, tornando ainda a
sua cauda uma antena. No entanto, o gato se afastava dos alvos quando estava
com fome, um problema que deveria ser sanado em outra operação.
Depois de cinco anos,
várias cirurgias, treinamento intensivo e 15 milhões de dólares investidos no
programa, o gato estava pronto para o seu primeiro teste de campo. A CIA
levou o gato para um reduto soviético em Washington e o soltou, enquanto uma
equipe ficou em uma van estacionada do outro lado da rua.
Mais uma vez, um inocente
animal teve um resultado trágico: assim que o gato entrou na pista, ele foi
imediatamente atingido por um táxi. A Operação Gato Acústico foi declarada um
fracasso e completamente abandonada em 1967.
6 – Ursos
Em 1942, um menino
encontrou um filhote de urso perto de Hamadan, no Irã, cuja mãe tinha sido
baleada. Ele vendeu a Irena Bokiewicz, uma jovem polonesa refugiada que andava
pelas montanhas Elbruz quando escapou da União Soviética. Quando ele se tornou
muito grande, ela o doou para soldados do exército polonês, que estavam na
região para algumas operações.
Como o urso tinha menos de
um ano de idade, ele inicialmente tinha problemas de deglutição e foi
alimentado com leite condensado com uma garrafa. O urso foi posteriormente
alimentado com frutas, mel e xarope, e muitas vezes recompensado com cerveja,
que se tornou a sua bebida preferida (espertinho).
De acordo com relatos, ele
gostava de brincar de luta e foi ensinado a saudar quando cumprimentado. O urso
se tornou um grande atrativo para os soldados e civis, tornando-se rapidamente
um mascote não oficial de todas as unidades do exército na Síria, Palestina e
Egito.
Mas ele não era só o
bichinho de estimação. Depois que Voytek cresceu, ele foi treinado para
transportar morteiros e caixas de munição durante as batalhas, e, em 1944, ele
foi oficialmente “alistado” no exército polonês com nome, posto e número.
O urso viajou com a sua
unidade, distribuía munição para soldados e uma vez até descobriu um espião
árabe escondido no banheiro de uma cabana da unidade. Depois da guerra, o
Jardim Zoológico de Edimburgo tornou-se o novo lar de Voytek, que viveu lá com
tranquilidade até sua morte em 1963.
Fonte:
MegaCurioso
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