Quando o assunto é perder
alguns quilinhos, às vezes não adianta apenas escolher a dieta do momento e
fazer algum tipo de atividade física. Para tratar a obesidade é preciso
entendê-la mais a fundo, até mesmo porque algumas pessoas passam a vida inteira
fazendo dieta e simplesmente não conseguem emagrecer.
O ganho de peso tem a ver
com o metabolismo e também com a herança genética de cada pessoa. É por isso
que tem gente que come muito e não engorda: são pessoas que provavelmente têm o
metabolismo mais acelerado e vêm de uma família com mais pessoas magras.
Pesquisas recentes indicam
que o número de calorias consumidas pelas pessoas do mundo aumentou muito desde
os anos 80. O valor de calorias gastas, no entanto, continua praticamente o
mesmo. Ou seja: estamos acumulando cada vez mais.
A maioria das dicas que
você vai aprender hoje foi dada por Brian Wansink, que é um pesquisador que
estuda como comemos. Esse cara já escreveu livros sobre nossos maiores erros
com relação à alimentação e é um dos responsáveis por elaborar um plano
alimentar para a galera da Casa Branca.
Wansink fala a respeito do
momento em que nos sentimos satisfeitos durante uma refeição. Na hora de comer,
100 calorias a mais ou a menos acabam não fazendo diferença, afinal é uma
quantidade muito pequena, certo?
Voltando ao raciocínio de
Wansink, essa questão das 100 calorias é fácil de entender: não faz diferença
mesmo. O problema é que, ao longo de um ano, ingerir 100 calorias a mais do que
o recomendado vai fazer com que você engorde quase 5 kg. Em contrapartida: ingerir
100 calorias a menos pode acabar diminuindo 5 kg do seu peso em um ano.
Para que essa conta faça
mais sentido, o ideal é saber quanta energia seu corpo gasta por dia. Ainda que
os valores nutricionais dos alimentos tenham como base uma dieta de 2.500 calorias,
esse valor não é universal. Para saber quantas calorias seu corpo gasta por
dia, procure um nutricionista e peça para fazer um exame chamado bioimpedância.
A seguir, confira uma
série de dicas de Wansink publicadas pela revista Time.
São ótimas para quem busca enfrentar a balança com a ajuda de alguns truques
psicológicos:
1 – Tire petiscos e afins do seu plano de visão
Não precisa radicalizar e
jogar todas as “besteiras” do seu armário na lata de lixo – até mesmo porque
medidas radicais demais tendem a não ser duradouras. O ideal é deixar aquele
chocolatezinho guardado no armário da cozinha, e não em cima da mesa, onde você
o vê sempre.
Wansink explica que o que
não está à vista acaba não despertando nosso desejo: “Se o pote de doces está
em sua mesa, você constantemente precisa decidir heroicamente se vai resistir
ao chocolate que tem olhado para você durante todo o dia”, explica.
O pesquisador estudou a
relação de pessoas magras e de pessoas acima do peso em um buffet cheio de
gostosuras. Adivinha só: as pessoas magras sentam-se distantes das mesas com
quitutes, já as pessoas acima do peso acabam escolhendo um lugar próximo ao
buffet, o que as coloca a todo o momento nesse flerte com as comidas.
Essa relação é tão
verdadeira que Wansink afirma que, ao chegar em uma casa e reparar quais
alimentos estão à mostra, ele já consegue imaginar o peso dos moradores. E há
até uma estatística para isso: pessoas que têm frutas à mostra, em fruteiras ou
algo do gênero, geralmente pesam 3,5 kg a menos do que aquelas que têm um pote
com balas e bombons em cima da mesa.
2 – Mude o que está ao seu alcance
Não adianta esconder seus
petiscos em um cofre e ficar sem comer. Bom mesmo é estipular quais alimentos
são permitidos. Além disso, use pratos menores e, depois de se servir, coma
longe das panelas e travessas cheias de comida. Essa dica tem a ver com o estudo
explicado no item anterior, sobre o buffet.
De acordo com Wansink, ter
doces na mesa de trabalho é um péssimo negócio. Ele explica que quem tem um
chocolatezinho ao alcance pesa em média 7 kg a mais do que quem não tem esse
tipo de petisco disponível durante o expediente.
O economista
comportamental Dan Ariely revelou os resultados de uma medida bastante
interessante, adotada pelo Google em seu escritório de Nova York. Os
funcionários de lá tinham acesso a M&M’s, que ficavam depositados em
refratários. Quando os doces foram colocados em dispensers, 3 milhões a menos
de bolinhas coloridas foram consumidas em um mês. Só o fato de “dificultar” o
acesso do produto já diminuiu o consumo.
3 – Planeje-se melhor e evite armadilhas
No experimento do buffet,
Wansink reparou que 71% das pessoas magras foram conferir todas as opções de
alimentos antes mesmo de pegarem um prato. Assim elas já tinham uma ideia do
que escolheriam e acabavam pegando menos comida. As pessoas mais pesadas, por
outro lado, não olhavam o menu antes de se servirem e acabavam fazendo pratos
maiores, com um pouco de cada coisa.
Outra dica valiosa e
simples é: nunca vá ao mercado com fome. A questão não é nem a quantidade de
comidas que você acaba comprando, mas a qualidade. “Quando estamos com fome,
compramos alimentos que são convenientes o suficiente para comer naquele
momento”, explica o pesquisador: “Nós não compramos brócolis ou tilápia; nós
compramos carboidratos em caixinhas”.
Outro hábito que deve ser
deixado de lado é o de comer assistindo à TV. Wansink já descobriu que esse
tipo de distração faz com que as pessoas comam mais sem ao menos perceberem.
Olha só que curioso: se uma pessoa assiste TV por uma hora, ela come 28% a mais
de pipoca do que aquela que assiste TV por meia hora.
E não adianta nada você
fazer tudo certo e não aprender, de uma vez por todas, a ler os rótulos dos
alimentos. Eles indicam se o produto contém adição de açúcar, conservantes e
afins, além de indicar a quantidade de calorias de cada porção do produto, o
que é fundamental para quem quer perder peso: saber o que come e as calorias
daquilo que come.
Se você é uma pessoa
impulsiva, está na hora de tentar mudar a situação. Há estudos que apontam que
os impulsivos pesam, em média, 10 kg a mais do que as pessoas que não comem por
impulso.
4 – Vá devagar
Lembra a galera do buffet?
Outra diferença entre os participantes: aqueles mais magros mastigavam pelo
menos 15 vezes cada garfada. Esse número caía para 12 entre as pessoas acima do
peso. A dica, então, é mastigar bem e com calma. Isso vai, inclusive, melhorar
a sua digestão e fazer com que você se sinta saciado mais rapidamente.
Uma pesquisa reuniu um
grupo de mulheres para avaliar essa questão de tempo de mastigação. Primeiro,
elas deveriam comer rapidamente, e, em um intervalo de nove minutos, ingeriram
uma média de 646 calorias. Quando foram orientadas a comer mais devagar e a
mastigar 20 vezes cada garfada, elas consumiram 579 calorias em 29 minutos.
A sensação de saciedade
chega depois de 20 minutos, por isso é importante comer devagar, para se sentir
“cheio” sem exagerar. Quanto tempo você gasta almoçando? A verdade é que a
mesma quantidade de comida pode fazer com que você se sinta satisfeito ou com
fome a ponto de fazer outro prato. Tudo depende do tempo que você gasta
comendo.
5 – Não se preocupe tanto com a variedade
E voltamos para o
experimento do buffet. Se você também tem a sensação de que o segredo é pegar
um pouco de cada coisa, saiba que não é bem por aí. Pegar um pouco de tudo
significa comer muito. Duvida? Então preste atenção em um experimento feito
pela Dra. Barbara Rolls.
A equipe de Bárbara
selecionou um grupo de pessoas para participar de uma degustação de iogurtes.
Aquelas que experimentaram três sabores diferentes comeram 23% a mais do que as
que só experimentaram um sabor.
6 – Comer sozinho pode ajudar
Na hora de diminuir a quantidade de comida que você
coloca em seu prato, há um fator bem bizarro que pode influenciar nesse
processo: companhia. Pesquisas recentes já comprovaram que, quando você almoça
com uma pessoa, você acaba comendo 35% a mais do que comeria se almoçasse
sozinho. Bizarro, né?
Ao que tudo indica, quanto maior for a roda de amigos
que almoçam juntos, maior é o prato de cada um. Se você almoçar com mais três
pessoas, vai acabar comendo em média 75% a mais do que comeria se estivesse sem
companhia. Agora, se sete pessoas saírem para almoçar com você, seu prato vai
ser quase o dobro do que seria se você estivesse almoçando sozinho. Quem
diria...
Fonte:
MegaCurioso
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