Em 2012, um especialista
da Faculdade de Agricultura e Meio Ambiente, da Universidade de Sydney, o
professor David Guest, declarou
que no futuro poderá faltar chocolate se não houver mudanças nos
métodos de plantio e produção.
Segundo as declarações de
David, divulgadas no Daily
Mail, essa iminente crise de abastecimento de chocolate se dá graças à
instabilidade em áreas de cultivo de cacau e da demanda crescente nos países em
desenvolvimento.
O professor afirmou também
que os métodos agrícolas usados pelos produtores de cacau estão em extrema
necessidade de modernização. Afinal, os maiores produtores são países
subdesenvolvidos, ou emergentes, que enfrentam muita instabilidade na economia
e na política, mudanças climáticas, falta de tecnologia e outros desafios de
produção.
A estimativa apresentada
pelo especialista David Guest mostra que a produção terá de aumentar em um
milhão de toneladas por ano até 2020 para atender à demanda global. Se isso não
acontecer, chocólatras, é melhor vocês se prepararem.
Fabricantes reforçam alerta
Agora, recentemente, duas
gigantes fabricantes do produto, a Mars Inc. e a Barry Callebaut, vieram a
público para reforçar o alerta de que poderemos ficar sem esse tão querido
alimento, segundo um artigo de Roberto A. Ferdman, doThe
Washington Post. Assim como o especialista David Guest, eles afirmaram que
os agricultores produzem menos cacau do que o mundo consome.
Eles declararam ainda que
já estamos no meio do que pode ser a maior sequência de déficit de chocolate em
mais de 50 anos. Para você ter uma ideia, a população mundial consumiu
aproximadamente 70 mil toneladas métricas mais cacau do que produzimos. Isso é
uma diferença muito grande na relação produção/consumo.
Em 2020, as duas
fabricantes de chocolate alertam que esse número pode chegar a um milhão de
toneladas, um aumento de mais de 14 vezes. E a coisa só piora: em 2030, eles
acreditam que o déficit pode chegar a dois milhões de toneladas.
Problemas climáticos
Como falamos anteriormente,
os países produtores de cacau são em sua maioria subdesenvolvidos com problemas
de infraestrutura agrícola e também enfrentam riscos climáticos. Entre eles
estão a Costa do Marfim e Gana, onde mais de 70 por cento de cacau do mundo é
produzido.
Esses países, localizados
na África Ocidental, têm enfrentado um clima muito seco, que afetou e diminuiu
muito a produção na região. Além disso, um fungo que ataca as plantações piorou
o problema.
De acordo com o The
Washington Post, a Organização Internacional do Cacau estima que esse fungo
tenha dizimado entre 30 a 40 % da produção de cacau em todo o mundo. Por todas
essas razões, o cultivo de cacau se tornou um negócio particularmente difícil e
muitos agricultores mudaram para culturas mais rentáveis, como o milho.
Porém, o apetite
insaciável do mundo pelo chocolate é o que mais preocupa. O consumo aumentou
muito nas últimas décadas. Na China, por exemplo, um dos países que mais
preocupam o mercado, a população está comprando cada vez mais chocolate a cada
ano.
Além disso, existe também
a crescente popularidade do chocolate amargo (com maior porcentagem de cacau do
que barras tradicionais). Por esses motivos, os preços do cacau subiram em mais
de 60% desde 2012, quando as pessoas começaram a comer mais chocolate do que o
mundo poderia produzir.
Por isso, inevitavelmente,
os fabricantes foram forçados a elevar o preço de seus produtos. A Hershey foi
a primeira, mas outros seguiram o exemplo por não ter outra alternativa.
Agora, alguns esforços
estão sendo feitos para reduzir esse crescente desequilíbrio entre a quantidade
produzida e a quantidade consumida. Um grupo de pesquisa na África Central já
está desenvolvendo árvores que podem produzir até sete vezes mais a quantidade
de sementes que os cacaueiros tradicionais são capazes. Porém, mais trabalho
entre os produtores e mesmo entre a população será necessário.
Fonte:
MegaCurioso
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