Ah, as guerras do
ar-condicionado... Se você trabalha em um local onde divide o espaço com várias
pessoas, então existem grandes chances de que você tenha presenciado mais de
uma briga por conta da temperatura do ambiente. Aliás, se você prestar atenção,
na maioria das vezes, é a mulherada quem fica resmungando enquanto veste blusas
e esfrega as mãos geladas ao mesmo tempo em que os rapazes perambulam pelo
escritório morrendo de calor.
Mas, por que, afinal,
homens e mulheres se desentendem tanto por causa do ar-condicionado? Alice
Smellie do portal The Telegraph (que enfrenta a mesma batalha
regularmente) resolveu investigar, e consultou diversas pessoas — entre
especialistas e simpatizantes da causa — sobre os possíveis motivos da batalha.
Bate e rebate
Uma dessas pessoas foi
Colin Crosby, um consultor especializado em medicina do esporte, que contou a
Smellie que animais de sangue quente e tamanho corporal reduzido perdem calor
mais rapidamente. Ele explicou que o corpo de um ratinho se resfriará muito
mais depressa do que o de um elefante, por exemplo, já que conta com uma
superfície de pele pequena com respeito a partes do corpo que produzem calor,
como os músculos e o coração.
Comparativamente, os
corpos das mulheres podem ser até 15% menores do que o dos homens, mas, não
pense que no caso dos humanos a coisa é tão simples como no de ratinhos e
elefantes. Segundo Crosby, embora as mulheres sejam menores, elas contam com
cerca de 10% mais gordura corporal do que os homens e, portanto, elas estariam
melhor preparadas para enfrentar temperaturas mais baixas.
Teoricamente. Afinal, os
corpos dos homens tendem a ser mais musculosos do que o das mulheres, e a
musculatura, além de gerar calor, também funciona como uma espécie de “isolante
térmico”.
Argumentos
pseudo-antropológicos
Outra pessoa consultada
por Smellie foi a psicóloga Marisa Peer que, por sua vez, explicou que entre os
nossos antepassados pré-históricos — os que viviam nas cavernas! —, eram os
homens quem saíam para caçar. Eles ficavam expostos aos elementos e podiam
morrer a qualquer momento, então, aprenderam a valorizar mais os objetos de
suas caçadas em vez de sensações de conforto.
Segundo Peer, é por isso
que hoje em dia os homens dão mais valor a coisas materiais como carros ou
relógios de luxo — e as sensações térmicas, por não serem palpáveis,
simplesmente têm menos importância. Seria esse realmente mais um motivo de
eles sentirem menos frio?
E a guerra continua
segundo smellie, um estudo
apontou que as mulheres são nove vezes mais propensas do que os homens a sofrer
com frio nas mãos e nos pés e, de acordo com lisa flam do portal today health, a biologia parece apoiar essa conclusão. isso
porque as mulheres tendem a acumular mais sangue nas proximidades de seus
órgãos, e as pontas dos dedos algumas vezes chegam a ficar até três graus mais
frias do que o resto do corpo. o mesmo não ocorre com os homens.
alexia elejalde-ruiz
explicou em um artigo do los angeles times que existem vários motivos que
afetam a forma como as pessoas toleram o frio e o calor, como a dieta, o ritmo
circadiano e a genética, além do metabolismo basal, já que quando ele é mais
lento, as pessoas tendem a sentir mais frio. isso sem falar que mesmo
indivíduos que apresentam a mesma temperatura corporal também podem perceber o
calor e o frio de maneiras diferentes.
sendo assim, tudo parece
indicar que nem sempre se trata de simples teimosia — nem de ver quem é que vai
vencer a guerra pelo controle do ar-condicionado. encontrar um equilíbrio entre
os que morrem de calor e os que congelam no escritório não é uma tarefa nada
fácil, mas, de acordo com os especialistas, a temperatura média ideal (e
confortável para a maioria) é de agradáveis 22 °c. então, pessoal, parem de
brigar e regulem o termostato!
Fonte:
MegaCurioso
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