Infelizmente, histórias de
adolescentes que assassinam os próprios pais não são assim tão raras — nem se
limitam a acontecer apenas no nosso país. O caso que vamos contar para você
aconteceu na Flórida em julho de 2011, e o crime foi cometido por um rapaz
norte-americano chamado Tyler Hadley. O garoto tinha 17 anos na época, e uma de
suas motivações foi se livrar dos pais para poder dar uma baita festa em casa e
impressionar os amigos.
Extremamente introvertido,
segundo Nathaniel Rich da Rolling Stone, Tyler evitava contato visual, ria das
próprias piadas e não era especialmente popular no colégio. Filho de Blake e
Mary Jo Hadley, o jovem é o mais novo de dois irmãos e, antes de cometer os
assassinatos, era conhecido por andar com uma turminha da pesada, composta por
vários delinquentes juvenis e usuários de drogas da cidade onde morava.
Comportamento estranho
Tyler costumava ser muito
quieto e monossilábico na escola, além de ser propenso a explodir em sala de
aula e interromper os professores sem qualquer motivo aparente. E, por conta
dos problemas de comportamento — dentro e fora do colégio —, o garoto se
envolveu em várias confusões com a lei, chegando inclusive a ser fichado e
preso.
Provavelmente devido ao
mau comportamento, os pais de Tyler estavam se tornando gradativamente mais
rigorosos, deixando-o de castigo e confiscando seu celular em algumas ocasiões.
Portanto, reuniões em casa eram simplesmente proibidas. No entanto, duas
semanas antes dos assassinatos, Tyler teria dito casualmente a um par de amigos
enquanto jogavam video game que queria matar os pais e festejar.
Segundo disse, ninguém
havia feito uma coisa dessas antes — dar uma festa enquanto os cadáveres
permaneciam em casa. E parece que Tyler costumava dizer isso com certa
frequência, embora ele não fosse levado muito a sério pelos demais. Aliás, na
semana que antecedeu o crime, o garoto contou aos amigos que estava organizando
uma reuniãozinha para o fim de semana, e ninguém acreditou.
A festa
No dia do crime, Tyler
postou um convite pelo Facebook para a tal festa em sua casa, explicando aos
amigos incrédulos que seus pais estavam fora da cidade. A notícia se espalhou
rapidamente, e, quando os primeiros garotos começaram a aparecer, Tyler parecia
ansioso e inquieto ao atender à porta.
Segundo alguns relatos, o
adolescente tinha as pupilas dilatadas e parecia muito preocupado que o barulho
levasse os vizinhos a chamar a polícia. Assim, fez questão de que todo mundo —
cerca de 60 pessoas no total — permanecesse dentro de sua casa e não deixou que
ninguém ficasse no jardim da frente para evitar chamar a atenção.
Descrição de um crime
Durante a festa, Tyler
chegou a dizer coisas sem sentido para alguns amigos mais chegados, contando
que tinha feito algo muito sério e que seria mandado para a prisão. Contudo, a
confissão ocorreu quando o garoto encontrou Michael Mandell, seu melhor amigo.
Tyler contou a ele que no dia da festa, pouco antes das cinco da tarde,
escondeu os celulares dos pais para que eles não pudessem pedir ajuda e ouviu
um pouco de rap para “entrar no clima”.
Depois, ele tomou três ecstasy e
foi buscar um martelo na garagem. Primeiro, Tyler parou atrás da mãe, que
estava trabalhando no computador de casa, e ficou ali por pelo menos 5 minutos
pensando sobre o que estava prestes a fazer. Então, ele levantou o martelo e o
enterrou na cabeça de Mary Jo que, apavorada, gritava para o filho “por quê?”.
Ouvindo o desespero da
esposa, o pai de Tyler correu em seu socorro e ficou paralisado ao se deparar
com a cena de ver o próprio filho agredindo a mãe. Blake também perguntou a
Tyler por que ele estava fazendo aquilo, e o rapaz simplesmente respondeu “por
que não?”. O jovem matou os pais, enrolou toalhas em suas cabeças e deixou seus
corpos no chão do quarto lado a lado de bruços com a arma do crime entre eles.
Tyler contou a Michael que
levou três horas para limpar a bagunça — muito mais tempo do que antecipado — e
que havia trancado todas as evidências do crime, como livros, pratos quebrados,
fronhas, toalhas ensanguentadas etc. no quarto. Depois, ele tomou um bom banho
e riu do próprio reflexo no espelho.
Fim da festa
A festança começou a
minguar depois que, por volta das duas da manhã, alguém anunciou que estava
rolando outra reunião ali perto e os convidados saíram em debandada. Com a
bagunça que se formou na rua, um dos vizinhos chamou a polícia e, quando os
oficiais chegaram, já havia menos de 20 pessoas no local.
Tyler pediu que todo mundo
fosse para o seu quarto e, após se livrar dos policiais, a festa recomeçou.
Pouco a pouco mais garotos foram chegando e Tyler foi visto agindo de maneira
estranha por muitos deles — olhando pela janela de maneira paranoica e dizendo
que pretendia se matar. A festa teria continuado para sempre se Michael
Mandell, o melhor amigo de Tyler, não tivesse entrado em contato com a polícia
e contado tudo.
Prisão
Pouco antes das cinco da
manhã, a polícia voltou, algemou Tyler e vasculhou a casa, descobrindo os
cadáveres. Ninguém sabe o que exatamente levou o rapaz a cometer os
assassinatos — afinal ninguém faz isso apenas para impressionar os amigos! —,
mas, além do abuso de álcool e drogas, os oficiais encontraram antidepressivos
e recibos de uma clínica de cuidados mentais em nome de Tyler.
Apesar de as evidências
sugerirem que o rapaz sofria de depressão e outros problemas mentais, as
investigações revelaram que ele começou a panejar a coisa toda três semanas
antes. Além disso, teria dito a amigos que havia esperado o irmão mais velho se
mudar de casa para matar os pais. Como cometeu os crimes seis meses antes de
fazer 18 anos, Tyler não pôde ser sentenciado à morte, sendo condenando a
cumprir duas sentenças de prisão perpétua.
O jovem disse ter se
arrependido do que fez e se tornou uma espécie de celebridade na cadeia, onde
recebe cartas de fãs e assina autógrafos para outros presos! Atualmente, Tyler
se corresponde com amigos e familiares, especialmente com os avós, e seu comportamento
oscila bastante entre culpado e deprimido, assim como irado, confuso e
entediado.
Fonte: MegaCurioso
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