Pela
primeira vez nos últimos dois anos, quatro pessoas conseguiram flexionar os
dedos dos pés, tornozelos e joelhos, graças a uma nova terapia de estimulação
da medula espinhal.
“Quando
concluímos que um paciente tinha recuperado o controle voluntário dos
movimentos com a estimulação espinhal, ficamos cautelosamente otimistas”,
recorda Roderic Pettigrew , diretor do Instituto Nacional de Imagem Biomédica e
Bioengenharia do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. “Com o sucesso
dos testes clínicos, as evidências sugerem que um grande grupo de indivíduos,
com pouca chance de recuperação significativa de lesões na medula, podem se
beneficiar desse procedimento”.
Mesmo os
pacientes que tinham paralisia motora ou sensorial total conseguiram mexer as
pernas, surpreendendo os pesquisadores. O próximo passo será desenvolver um
“coquetel” de terapias para ajudar pessoas com paraplegia a se movimentar.
Na
paralisia total, os caminhos neuronais que transportam as informações para o
cérebro foram interrompidos, o que levou os pesquisadores a duvidar da eficácia
da terapia de estimulação. No entanto, todos os quatro participantes
conseguiram sincronizar os movimentos em sincronia com uma onda exibida na tela
de um computador. Três deles também foram capazes de alterar a força aplicada
aos movimentos.
“É
impressionante como o cérebro aproveita as poucas conexões remanescentes para
processar complexas informações visuais, auditivas e perceptivas”, comenta V.
Reggie Edgerton, professor de biologia integrativa e fisiologia da Universidade
da Califórnia, que desenvolveu a nova técnica. “Isso revela que as informações
provenientes do cérebro estão chegando ao lugar certo na medula espinhal,
permitindo que a pessoa controle, com incrível precisão, o tipo de movimento”.
O estudo,
publicado na revista Brain, dá continuidade aos testes clínicos realizados em
um homem paralisado do tórax para baixo, em 2009. Submetido à terapia de
estimulação espinhal e treinamento em esteira, ele recuperou o controle
voluntário parcial das pernas.
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