Quem
assiste á Pronto-Socorro: Histórias de Emergência, às quartas-feiras no
Discovery, sabe que vítimas esfaqueadas ou baleadas não têm tempo a perder.
Chegar rapidamente a um pronto-socorro pode ser a diferença entre a vida e a
morte. Agora, uma técnica inovadora, desenvolvida pelo Hospital Presbiteriano
de Pittsburgh, pode fazer com que os médicos ganhem tempo suficiente para
tratar desse tipo de ferimentos antes que se tornem fatais.
O método
consiste em resfriar os pacientes substituindo seu sangue por uma solução
salina fria, que reduz a temperatura corporal e suspende quase toda a atividade
celular. ”Estamos suspendendo a vida, mas não gostamos de chamar a técnica
de animação suspensa porque soa como ficção científica” explica Samuel
Tisherman, cirurgião do hospital, à New Scientist. “Por isso, nós a chamamos de
preservação e reanimação de emergência”.
Substituir
o sangue do paciente e baixar sua temperatura para 10 graus leva cerca de 15
minutos. Nesse momento, ele está clinicamente morto – sem respirar e sem
atividade cerebral. No entanto, as células ainda sobrevivem durante horas em
temperaturas tão baixas.
Nesse
estado, o paciente é desligado das máquinas e levado a uma sala de cirurgia,
onde os cirurgiões terão até duas horas para fazer os reparos necessários. Uma
vez concluído o procedimento, a solução salina é substituída por sangue, que
lentamente aquece o corpo. Se o coração não recomeçar a bater por conta
própria, pode ser reanimado.
Os médicos
do hospital esperam realizar o procedimento até o final deste mês. Conseguir
autorização para a execução da técnica não tem sido fácil, já que em um
atendimento de emergência, muitas vezes nem o paciente ou a família podem dar
seu consentimento. Mas ela é dirigida a pessoas com lesões potenciamente
fatais, a FDA, agência que regula alimentos e drogas nos Estados Unidos, deu o
sinal verde. Quem optar por não ser submetido ao procedimento pode registrar
sua preferência pela internet.
Embora a
técnica pareça milagrosa, os médicos são cautelosos. “Sempre pensamos que era
impossível trazer os mortos de volta à vida. Na verdade, tudo depende do tempo
de conservação das células”, explica Peter Rhee, cirurgião da Universidade do
Arizona em Tucson, que ajudou a desenvolver a técnica.
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