Quando o assunto é fofoca,
a pergunta que define é “quem nunca?” Se você nos disser que nunca, na vida,
contou ou ouviu alguém contando uma fofoquinha básica, você está mentindo
descaradamente – então nem tente. Mas afinal, por que será que temos essa quase
necessidade de fazer alguma fofoquinha de vez em quando?
Uma pesquisa recente,
divulgada pelo Live Science, revelou que preferimos fazer fofoquinhas a
respeito de quem conhecemos – até aí, convenhamos, nada de muito novo, não é?
Além disso, nós gostamos também de espalhar histórias que nos soem
interessantes.
A verdade é que algumas
pessoas costumam fazer fofocas para melhorar suas relações sociais – é o cara
que em vez de “será que chove hoje?” puxa papo com “você ouviu falar que a
fulana está se divorciando?”.
Relações sociais
A questão é: muitos
cientistas estão defendendo a ideia de que fofocar é, de fato, uma boa forma de
proporcionar melhorias sociais na vida de uma pessoa. De acordo com essas
pesquisas malucas, falar da vida alheia nos faz estreitar laços e estabelecer
normas sociais implícitas.
Fofocas se espalham feito
fogo em palha, especialmente entre grupos pequenos, mas ainda não se sabe por
que nos sentimos quase que na obrigação de passar aquela “informação quentinha”
adiante. De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, Bo Yao, não é
surpreendente o fato de que tendemos a fofocar mais a respeito de pessoas
familiares e de histórias interessantes.
Na tentativa de descobrir
o que é que faz do ato de fofocar algo tão irresistível, Yao e seus colegas
inventaram algumas histórias, sendo que algumas delas eram a respeito de
pessoas famosas – como David Beckham e Barack Obama – e outras sobre pessoas
desconhecidas.
O que é interessante
Em algumas histórias,
coisas interessantes e bombásticas aconteciam na vida dos personagens, como ser
flagrado com drogas ou brigando em público. Em outras histórias, no entanto, os
personagens fizeram coisas sem muita emoção, como ir até a padaria.
Uma história sobre Barack
Obama poderia contar uma viagem dele e sua família a Paris, sendo que em um dos
cenários ele apenas fez um tour pela cidade e em outro acabou comendo no McDonald’s
porque seus filhos fizeram cara feia para a comida francesa.
Os participantes deram
notas a cada tipo de história, respeitando uma escala que ia de 1 a 4, no
quesito interesse demonstrado a respeito de cada situação e indicando quais
delas poderiam ser repassadas na fofoquinha básica de cada dia. Foi assim que
os pesquisadores descobriram que as pessoas tendem a repassar histórias se os
personagens forem conhecidos e se a informação for surpreendente de alguma
forma.
A pontuação média que os
participantes deram a fofoquinhas envolvendo celebridades foi a de 2,79.
Histórias com pessoas desconhecidas ficaram com uma nota média de 1,95. Além
disso, os participantes afirmaram que preferem espalhar histórias chatas sobre
pessoas conhecidas do que histórias interessantes sobre desconhecidos.
Mais do mesmo
Em um estudo complementar,
os pesquisadores pediram para que os voluntários tentassem descrever que tipo
de respostas emocionais cada tipo de história transmitia e o quão surpreendente
era cada “causo”. Além, é claro, de dizer se a opinião a respeito de cada
personagem acabava mudando depois de ouvir uma história.
Os resultados mostraram
que as pessoas tendem a espalhar a fofoca se a história é capaz de mudar a
opinião que elas têm a respeito de quem está envolvido no boato. Os cientistas
suspeitam que isso aconteça porque novas informações a respeito de pessoas
conhecidas podem indicar que precisamos reavaliar o que sabemos sobre elas.
Ainda que as fofocas que
ouvimos e espalhamos sobre celebridades sejam um ótimo paralelo para quem
estuda esse fenômeno da comunicação e do comportamento humanos, mais pesquisas
precisam ser feitas para explicar totalmente por que espalhamos histórias a
respeito de amigos, familiares e conhecidos.
Fonte: MegaCurioso
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