Nem todos os psiquiatras
estão prontos para chamar a obsessão pela internet de “vício”, mas quem não
consegue viver desconectado já encontra ajuda nos Estados Unidos. A cidade da
Pensilvânia conta com o primeiro centro de reabilitação para viciados em
internet do país.
A psicóloga Kimberly Young
coordena o novo programa do Centro Médico Regional Bradford, onde a dependência
da internet é tratada como um problema de ordem mental e física, com tratamento
similar ao da dependência química.
Young afirma que os
pacientes internados para uma “desintoxicação” de 10 dias realmente precisam do
tratamento, e que o vício em internet pode ser mais prejudicial que o
alcoolismo. “São como viciados em heroína, chegam aqui muito magros e doentes”.
Há quem discorde. A
principal publicação da Associação Psiquiátrica Americana, o DSM-5 (Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), não classifica o vício em
internet como uma doença.
“Se a classe médica ainda
não reconhece oficialmente este quadro clínico como uma doença de fato, como
você pode sair internando e tratando pacientes? É ridículo”, dispara John M.
Grohol, psicólogo e cofundador da Mental Health Net. “Se você se apropriar das
ferramentas de marketing certas, vai despertar os temores das pessoas e
encontrar pacientes para o seu programa”, argumenta.
Já Young declara que essa
é só a ponta do iceberg. “Os dispositivos móveis tornam essa condição ainda
mais difícil de ser tratada. Tive uma paciente totalmente viciada que se
envolveu em cinco acidentes de carro porque estava digitando mensagens enquanto
dirigia”, disse Young ao MSN News. “O problema não é a internet em si, mas a forma
como a usamos, como uma fuga da realidade”.
Kevin Roberts afirma que
precisou de anos de terapia para se livrar do vício em videogames, como afirma
em seu livro “Cyber Junkie: Escape the Gaming and Internet Trap” (“Cyber
Junkie: Fuja da Armadilha dos Jogos e da Internet”, ainda não lançado no
Brasil).
“Sim, muitas pessoas
apresentam comportamentos tão obsessivos nas plataformas virtuais que beiram a
dependência”, confirmou Roberts ao MSN News.
Fonte:
Discovery noticias
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