Estamos no século 21 e o
mundo está completamente civilizado, certo? Bom, mais ou menos. Nas cabanas
suspensas das árvores de Papua-Nova Guiné, vive uma tribo bem incomum chamada
de Korowai. Esse povo é o último grupo conhecido por ter uma dieta...
Diferenciada. Os Korowai são adeptos do canibalismo.
Não é uma prática exercido
o tempo todo, de forma indiscriminada, mas, quando acontece, o serviço é
completo. Exceto pelos dentes, cabelo, genitais, unhas e ossos — que são
colocados do lado de fora da aldeia como alerta —, tudo vira refeição.
Agora, é importante
entender o porquê da prática. Os Korowai mantém o canibalismo como parte de sua
cultura espiritual. Eles não acreditam em doença, então seu sistema de crença
tenta explicar a enfermidade fatal através de um ritual que tem como objetivo
manter os demais membros da tribo a salvo do demônio — ou bruxo — khakhua.
Como funciona
Quando alguém da comunidade adoece e começa a morrer,
eles creem que a pessoa foi possuída por um demônio assassino, que a está
devorando por dentro. Caso ela sussurre um nome em seu leito de morte,
acredita-se que o indivíduo mencionado seja o khakua disfarçado. O pobre
coitado é então morto, com uma flecha feita do osso de uma ave nativa,
desmembrado, cozido e servido para a comunidade.
A tribo não acredita que está comendo uma pessoa, mas
sim um khakhua. Nessa cultura, o canibalismo é um ato de justiça que vinga a
pessoa que foi atacada pelo bruxo. Já as crianças não participam do banquete,
mas também podem ser consideradas khakhua, aguardando até a puberdade para
serem mortas e devoradas.
É importante frisar que esse ritual não é algo que
acontece sempre. Na verdade, ele vem tornando-se cada vez mais raro com o
passar do tempo e até já foi impedido em alguns locais, sendo proibido por lei
como assassinato.
Situação precária
O homem branco é pouco conhecido por esse povo e é
chamado de “laleo”, que significa “demônio branco”. O problema é que os Korowai
não conhecem a medicina moderna e o ambiente selvagem onde habitam os deixa
vulneráveis a doenças como malária e tuberculose, mantendo sua expectativa de
vida muito baixa.
Assim, as enfermidades que terminam em morte são
algumas vezes explicadas como a presença de um khakhua, principalmente se
atingem a mesma família em um curto período de tempo.
Fonte:
MegaCurioso
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