Quantas astronautas
mulheres você já teve a oportunidade de presenciar em grandes feitos da
humanidade em expedições espaciais? Com certeza, elas existem, mas em muito menos
quantidade do que os homens. E, pasme, até mesmo a agência do governo dos
Estados Unidos da América acha que elas se saem muito melhor.
No ano de 2013, a NASA
anunciou sua nova equipe com oito novos recrutas e, pela primeira vez, o número
de mulheres astronautas se igualou à quantidade de homens. Agora, são quatro de
cada sexo. Esse foi um grande avanço frente a essa profissão antes dominada
quase que exclusivamente pelo sexo masculino.
A história das mulheres no espaço
Esta não é a primeira vez
que a NASA teve a oportunidade de enviar um grupo de mulheres para o espaço. Na
década de 60, quando os pilotos do programa espacial ainda estavam se
preparando, 13 astronautas do sexo feminino passaram pelos mesmos testes
físicos e psicológicos que os homens tiveram que passar.
Mas antes que qualquer uma
delas pudesse se empolgar com a possibilidade de uma viagem espacial, todas as
13 mulheres receberam telegramas da NASA informando-as de que não seria
possível deixar a Terra. Elas foram para Washington defender o seu caso, mas,
de qualquer forma, foram rejeitadas pela agência.
A diretoria da NASA e os
outros astronautas decidiram que isso seria culturalmente problemático. Como
relatado no livro “The Mercury 13” de Martha Ackmann, de 2003, o influente
astronauta John Gleen disse: “Os homens podem sair, lutar em guerras, voar em
aviões e ainda assim voltar e ajudar a projetar e construir espaçonaves”.
Ele ainda complementou: “O
fato de que as mulheres estão nesse campo não é da nossa ordem social. Isso
pode ser bem indesejável por todos”. Gleen testemunhou perante o Subcomitê
da Câmara de Ciência e Astronáutica. Scott Carpenter fez o mesmo, testemunhando
contra as mulheres, mas se arrependeu mais tarde.
E então elas conseguiram
Em 1963, Valentina
Tereshkova foi a primeira mulher a ir para o espaço, mas somente 20 anos depois
é que uma mulher americana teve a chance de seguir para uma viagem espacial. Em
1983, Sally Ride quebrou essa barreira. E em 1999, a primeira mulher a comandar
uma missão espacial foi Eileen Collins.
Das 13 mulheres iniciais,
a instrutora de voo Wally Funk — que, segundo relatos, quando foi testada, se
saiu melhor que muitos homens, inclusive melhor que John Gleen — ainda
sonha em fazer um voo espacial. Na época, ela contou sobre a sua decepção em
ser descriminada: “Já acabou o tempo em que as mulheres tinham que estar na
cozinha”.
Mas e se as mulheres não forem tão boas quanto os
homens, mas sim melhores do que eles?
Kate Greene contou a sua
experiência nos testes para o programa HI-SEAS (Hawaii Space Exploration Analog
and Simulation) da NASA. Ela argumenta que o gasto com as mulheres é menor e
elas são mais adequadas para as viagens interestelares. A razão dada é que as
mulheres comem menos e ocupam menos espaço.
Ela detalhou um teste de
corrida feito que mostrou que três tripulantes do sexo feminino gastam menos da
metade das calorias de três homens. “Estávamos todos exercendo os mesmos
minutos de exercícios, cerca de 45 por dia, durante 5 dias consecutivos, mas
nossos metabolismos foram calibrados de formas radicalmente diferentes”.
“Durante uma semana, um
homem metabolicamente ativo consumia cerca de 3.450 calorias por dia, enquanto
uma mulher nas mesmas condições precisa de mais ou menos 1.475 calorias por dia.
Era raro para nós termos mais de 2 mil calorias diariamente, enquanto para os
membros do sexo masculino de nossa tripulação era normal passar dos 3 mil”, ela
concluiu.
Analisando todos os fatos
Essa simulação permite que
a NASA tenha dados precisos sobre pessoas reais em circunstâncias que poderiam
realmente acontecer em uma missão espacial. Greene não apenas fez o seu
argumento a partir dessas informações, como também verificou os relatórios
enviados para a agência por Alan Drysdale.
Ele comparou uma mulher
pequena com um homem grande em termos de necessidades energéticas. “Drysdale
descobriu que uma mulher pequena usaria menos da metade dos recursos de um
homem grande”, Greene disse, cheia de esperança, e espera que logo possamos ter
uma mulher assim na equipe.
“As mulheres pequenas não
são mais burras do que as mulheres grandes ou os homens grandes, por isso não
há razão para escolherem as pessoas maiores para uma tripulação de voo quando é
o poder do cérebro que conta. A única coisa lógica a se fazer é enviar as
mulheres pequenas para voar e entrar para as estatísticas”.
Quem sabe um dia
Se as mulheres se saem bem
nos testes físicos e psicológicos necessários para um voo espacial — e existem
evidências de que elas se saem melhor com as tensões de se trabalhar em um
espaço pequeno e com uma equipe limitada — e se elas usam menos recursos,
poupam dinheiro e combustível, por que é que não temos mais astronautas do sexo
feminino?
Porém, não é surpreendente
quando se considera pressupostos culturais e estereótipos de longa data
colocados sobre as mulheres. Essas coisas têm sido o que realmente estão
segurando as astronautas do sexo feminino, especialmente quando se trata de uma
exploração espacial. Mas quem sabe um dia, não é mesmo?
Fonte:
MegaCurioso
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