Você já deve ter visto
imagens — ou teve a sorte de ter visto pessoalmente — os famosos Guerreiros de
Xian, que são figuras que compõem um exército de aproximadamente 8 mil soldados
em tamanho natural feitos de terracota. As esculturas foram descobertas na China
na década de 70, enterradas juntamente com o primeiro imperador da China, Qin Shi Huang.
Os guerreiros — um
diferente do outro — foram produzidos no final do século 3 a.C., e, na época em
que foram descobertos, análises revelaram que todos haviam sido originalmente
pintados. E um dos pigmentos encontrados, batizado de “roxo Han” ou “azul Han”,
só pode ser recriado depois que os pesquisadores terminaram com seus exames
químicos. Aliás, sua composição (silicato de bário e cobre) só foi determinada
na década de 90.
Surpresinha
E não é que o tal pigmento
ainda é capaz de surpreender os cientistas? De acordo com Esther Inglis-Arkell,
do site io9, depois que a turminha da química terminou de “brincar”
com o pigmento, foi a vez do pessoal da física se aventurar com a substância.
Segundo Esther, em condições normais de temperatura, esse material atua como
isolante e é desprovido de magnetismo.
Além disso, o silicato de
bário e cobre conta com muitos elétrons, que “vibram” em diferentes direções.
Contudo, os físicos descobriram que quando a temperatura é reduzida para algo
em torno de – 270 e – 272 °C e se aplica um campo magnético equivalente a 800
mil vezes o campo magnético terrestre — bem, nós avisamos que era a vez do
pessoal da física brincar! —, algo curioso acontece.
Conforme explicou Beth,
nessas condições os elétrons parecem se fundir, vibrando em uma única direção e
agindo como se fossem apenas um único elétron. E mais: quando os cientistas
reduziram um pouco mais a temperatura, eles descobriram que o pigmento “perdia”
uma de suas dimensões, passando a mostrar apenas duas dimensões em vez de três.
De tri a bidimensional
Como você sabe, vivemos em
um mundo tridimensional, composto, basicamente, pelas direções cima-baixo,
direita-esquerda e frente-atrás. Assim, segundo os físicos que conduziram os experimentos com o pigmento,
imagine uma onda sonora, por exemplo. Ela se propaga pelo ambiente simultaneamente
em três dimensões.
Contudo, se removermos uma
dessas dimensões, então ela passará a viajar pelo ambiente como as ondulações
que vemos se formando sobre a água, deixando de se propagar perpendicularmente
à superfície. E foi justamente isso o que os físicos observaram com o pigmento
quando ele foi submetido às baixas temperaturas. A onda magnética que estava
viajando através da substância passou a se propagar em apenas duas dimensões.
Os pesquisadores acreditam
que esse fenômeno pode estar relacionado com a estrutura dos elementos químicos
que compõem o pigmento. A estrutura lembra uma porção de ladrilhos empilhados
em camadas, mas cada camada se encontra levemente desalinhada com relação à
anterior, e essa organização talvez interfira na propagação da onda, forçando-a
a viajar em duas dimensões.
Fonte:
MegaCurioso
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