Em qualquer filme de ação,
é comum os protagonistas usarem algum tipo de dispositivo para enxergar luzes e
sensores infravermelhos. Por conta disso, adotamos a ideia de que precisamos do
apoio de algo para vê-los, mas um estudo divulgado recentemente por cientistas
da Escola de Medicina da Universidade de Washington informou que a visão humana
pode captar a presença deles.
Para comprovar essa
teoria, os cientistas utilizaram células das retinas de ratos e de pessoas,
além de lasers poderosos que emitem pulsos de luzes infravermelhas. Ao fazer
isso, eles perceberam que, quando o laser pulsa rapidamente, células da retina
que são sensíveis à luz ocasionalmente são atingidas duas vezes pela energia
infravermelha – e, quando isso acontece, o olho é capaz de detectá-la fora do
espectro visível.
“Estamos usando o que
aprendemos nesses experimentos para tentar desenvolver uma nova ferramenta que
vai permitir não apenas examinar o olho, mas também estimular partes
específicas da retina para verificar se ela está funcionando corretamente.
Esperamos que essa descoberta tenha aplicações bem práticas”, disse Vladimir J.
Kefalov, professor de oftalmologia e ciências visuais da Universidade de
Washington e um dos envolvidos na pesquisa.
Também foi informado que o
estudo começou depois que os cientistas do time de pesquisa reportaram a
possibilidade de ver, ocasionalmente, flashes de luzes verdes enquanto estavam
trabalhando com o laser infravermelho – e que estes eram capazes de emitir
ondas que eram consideradas invisíveis ao olho humano.
“Experimentamos pulsos de
durações diferentes que entregavam o mesmo número de fótons [partículas de luz]
e descobrimos que, quanto mais curto o pulso, maior a chance de a pessoa vê-lo.
Apesar de a duração entre os pulsos ser curta a ponto de não ser percebida a
olho nu, a existência deles foi muito importante para permitir que as pessoas
enxergassem essa luz invisível”, explicou Frans Vinberg, um dos autores do
estudo.
Mais explicações
Geralmente, a retina é
capaz de absorver uma partícula de luz para gerar uma molécula de fotopigmento,
que começa o processo de converter luz para a visão. Convencionalmente, cada
grande número de fotopigmentos absorve apenas um fóton, mas agrupá-los em um
pulso curto da luz de um laser faz com que a energia combinada de duas
partículas de luz sejam o bastante para permitir que o olho veja o que
normalmente é invisível.
“O espectro visível inclui
ondas de luz que possuem de 400 a 720 nanômetros de comprimento. Porém, se o
pigmento de uma molécula na retina é atingido numa sucessão rápida por um par
de fótons que possui mil nanômetros de comprimento, essas partículas vão
entregar a mesma quantidade de energia que um acerto simples de um fóton de 500
nanômetros, que é o espectro visível. É dessa forma que podemos vê-las”,
concluiu Kefalov.
Fonte:
MegaCurioso
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