Um estudo
divulgado esta semana mostrou que as pessoas que tiraram fotos durante uma
visita a um museu se lembravam de menos detalhes do que as que apenas
observaram os objetos expostos.
É uma lição
para um mundo cada vez mais acostumado ao compartilhamento instantâneo de fotos
no Facebook, Twitter e outras redes sociais, afirma a psicológa Linda Henkel,
da Universidade de Fairfield, Connecticut. ”As pessoas costumam usar
câmeras para registrar um momento quase sem pensar, e acabam perdendo o que
acontece bem diante de seus olhos”, explica Henkel, autora do estudo publicado
na revista Psychological Science.
Henkel
criou um experimento no museu da universidade, em que dois grupos de alunos
foram convidados a tomar nota de certos objetos. O primeiro grupo fotografou os
objetos, enquanto o segundo apenas as observou.
No dia
seguinte, sua memória dos objetos foi testada – e os participantes que tiraram
fotos se mostraram menos precisos em reconhecer os itens.
“Quando as
pessoas dependem da tecnologia para se lembrar – contando com uma câmera para
registrar um evento, sem precisar prestar atenção total a ele – isso pode ter
um impacto negativo na ativação da memória”.
O olho da
mente
Um segundo
grupo apresentou uma pequena variação nos resultados: os que fotografaram
detalhe específico de um objeto usando o zoom se lembravam dele –e não só da
parte ampliada, mas também do que estava fora de enquadramento.
“Esses
resultados mostram como o ‘olho da mente’ e o ‘olho da câmera’ não são os
mesmos”, explica Henkel. Segundo a pesquisadora, tirar fotos só ajuda as
pessoas a se lembrar se elas reservarem algum tempo para observar e analisar o
objeto. Fotos em excesso podem prejudicar esse processo.
“A pesquisa
sugere que o grande volume e a falta de organização das fotos digitais para
preservar lembranças pessoais desestimulam as pessoas a recordar”, diz
Henkel. ”Para lembrar, temos de ter contato e interagir com as fotos, em
vez de apenas acumulá-las”.
Fonte: Discovery noticias
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