Ilustração
da superfície de gelo de Europa, com jato de água em primeiro plano e Júpiter
ao fundo.
IMAGE COURTESY OF K. RETHERFORD, SOUTHWEST RESEARCH INSTITUTE
Cientistas
que monitoravam o Telescópio Espacial Hubble observaram colunas de vapor de
água próximas ao polo sul de Europa, a lua congelada de Júpiter, que teria um
oceano subterrâneo.
Se for
confirmado, o fenômeno – que foi observado apenas uma vez – traria novas
implicações sobre a capacidade do satélite de abrigar vida e explicaria a
aparência relativamente jovem e sem crateras de sua superfície.
“As colunas
são uma descoberta empolgante. Elas podem se originar do oceano subterrâneo e
talvez sejam responsáveis por depósitos de matéria orgânica na superfície do
polo sul. É o que pretendemos descobrir”, afirmou James Green, diretor dos
programas de ciências planetárias da NASA, durante a conferência da União
Geofísica Americana, em São Francisco.
Os cientistas
ainda não têm informações suficientes para confirmar se as colunas de vapor vêm
do oceano subterrâneo de Europa ou se são geradas pelo calor do atrito entre as
placas de gelo.
As colunas
foram detectadas quando Europa se encontrava no ponto mais distante da órbita
de Júpiter, onde a atração gravitacional é mais intensa, explica Lorenz Roth,
do Instituto de Pesquisas do Sudoeste em San Antonio, Texas.
“Quando
Europa está perto de Júpiter, a pressão aumenta, os polos se comprimem e as
fendas na superfície se fecham. Mas à medida que se distancia de Júpiter, os
polos se descontraem e se movem para fora, reabrindo as fendas”, explica o
cientista planetário Francis Nimmo, da Universidade da Califórnia em Santa
Cruz.
Com os
dados do Hubble, os cientistas puderam comparar as colunas de vapor com as
rachaduras que surgiram na superfície do gelo.
Os
cientistas da NASA agora pretendem realizar novas observações com Hubble para
confirmar as descobertas, além de analisar novamente os dados da sonda Galileu,
que sobrevoou Europa nove vezes no fim dos anos 90.
“Ou
obteremos resultados promissores, ou mais uma polêmica”, ironiza o pesquisador.
Em Saturno,
a sonda Cassini encontrou ejeções semelhantes de vapor na superfície de gelo da
lua Enceladus, mas como o tamanho e a gravidade que atua sobre o satélite são
bem menores, as colunas atingem uma altura bem maior. No entanto, a densidade
do vapor de água nas colunas de ambas as luas são muito semelhantes, afirmaram
os cientistas.
Em Europa,
as colunas chegam a 200 quilômetros de altura, caem novamente sobre a
superfície e congelam em cerca de 20 minutos, explica Roth.
Segundo as
medições realizadas pelos cientistas, as colunas de água do polo sul de Europa
ejetam sete toneladas de material por segundo. “É uma quantidade impressionante”,
comenta Kurt Retherford, também Instituto de Pesquisas do Sudoeste.
Fonte: Discovery noticias
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