Vermes geralmente indicam decomposição e morte, mas inspiraram o protótipo de um robô que pode auxiliar neurocirurgiões a salvar vidas. Há quatro anos, a equipe de J. Marc Simard, professor de neurocirurgia da faculdade de medicina da Universidade de Maryland, Baltimore, está desenvolvendo um robô intracraniano que ajudará na remoção de tumores cerebrais.

Em forma de dedo mecânico, o robô possui múltiplas articulações que executam uma série de movimentos de sondagem. Com um instrumento de cauterização elétrica na extremidade, o robô aquece e destrói os tumores, enquanto um tubo suga os detritos. O robô também pode ser controlado remotamente enquanto o paciente permanece em um equipamento de ressonância magnética, oferecendo ao cirurgião uma excelente visão de tumores difíceis de localizar.

A invenção de Siemard foi inspirada em um programa de TV, em que cirurgiões plásticos usavam larvas esterilizadas para remover tecidos danificados ou mortos de um paciente.

“Era um sistema natural, que diferenciava o tecido bom do ruim”, explica Simard em um release. “Em outras palavras, as larvas removiam todo o tecido doente e deixavam apenas o sadio, e eram realmente pequenas. Imaginei que se uma coisa parecida removesse um tumor cerebral, seria um verdadeiro gol de placa”.
Além de reduzir o tamanho da incisão, o robô pode ser acionado por controle remoto sob a monitoração contínua do aparelho de ressonância, o que auxilia o cirurgião a definir os limites do tumor durante a cirurgia.

“Em uma operação convencional, realizamos uma ressonância magnética e usamos marcadores fixados no couro cabeludo ou no crânio para saber em que posição estamos no cérebro do paciente. Mas quando o cirurgião começa a remover o tumor, os tecidos mudam de lugar, de tal modo que os limites previamente estabelecidos já não existem mais, daí a necessidade de diferenciar o tecido normal de um tumor. É muito difícil determinar isso a olho nu, mas com a ressonância magnética, a capacidade de diferenciar os tecidos é muito maior”.

O protótipo que remove tumores ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento e exigirá extensos testes clínicos antes de chegar às salas de cirurgia.






  Fonte: Discovery noticias



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