Esqueleto e modelo restaurado de um neandertal, em exposição no Museu Nacional de Ciências Naturais, Tóquio, Japão.


Os neandertais da Europa ocidental podem ter sofrido uma crise populacional durante um período de frio intenso, sugere um novo sequenciamento de DNA mitocondrial.

“Foi uma surpresa descobrir que os neandertais dessa região foram quase extintos, mas se recuperaram bem antes de entrar em contato com os humanos modernos”, conta o co-autor da pesquisa, Love Dalén, professor-associado do Museu Sueco de História Natural, em entrevista ao Phys.org. ”Isso indica que os neandertais eram mais sensíveis às mudanças climáticas drásticas que ocorreram na última era glacial do que imaginávamos”.

Ao analisar as variações genéticas de 13 neandertais de 50 mil anos atrás, os cientistas conseguiram montar o quebra-cabeça de sua história demográfica. Seu DNA apresenta um elevado grau de variação genética, em contraste com o DNA dos exemplares mais “novos”, de menos de 50 mil anos, com uma variação genética bem menor.

Até o momento, supunha-se que a população de neandertais era estável até o surgimento dos primeiros humanos modernos. Sua extinção foi evitada quando indivíduos de áreas próximas repovoaram a região, mas a nova pesquisa sugere que eles eram mais vulneráveis ao frio do que se pensava.

“Isso nos diz que, sem o apoio da cultura material ou da tecnologia, há um limite para nossa adaptação biológica”, comenta o co-autor Rolf Quam, da Universidade de Binghamton . ”As populações europeias de neandertais já deviam sofrer alguma pressão demográfica quando os humanos modernos entraram em cena”.


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