Se os casamentos durassem, normalmente, 125 anos, você seria mais cuidadoso na hora de escolher um parceiro? E se a idade média de aposentadoria fosse de 100 a 110 anos? Os avanços da pesquisa biomédica e da medicina regenerativa estão ocorrendo muito rapidamente, fazendo com que alguns cientistas prevejam uma expectativa de vida de 150 anos ou mais no futuro.

Uma pesquisa recente da Pew Research perguntou aos entrevistados se eles se submeteriam a tratamentos médicos para retardar o envelhecimento e aumentar a expectativa de vida para 120 anos ou mais. Surpreendentemente, a maioria (58%) disse que não. Ao serem questionados se acreditavam que uma pessoa comum poderia viver 120 anos com os avanços da medicina realizados até o ano de 2015, 73% disseram que não.

Mesmo assim, cientistas e futuristas acreditam que a tradicional expectativa de 80 a 90 anos de vida está prestes a ser significativamente ampliada. A grande pergunta é: como a sociedade vai lidar com uma população muito maior de idosos.

Brian Kennedy, Diretor Executivo e Científico do Instituto Buck de Pesquisas sobre o Envelhecimento afirmou que “As pessoas dizem que não querem viver mais tempo porque veem seus avós tomando 20 comprimidos por dia e com dificuldades para se levantar da cadeira. Nossa missão é tentar estender a saúde humana e não apenas a vida humana. Grande parte disso se relaciona com medicina preventiva e regenerativa. Se conseguirmos manter saudáveis as células-tronco adultas e, com elas, regenerar órgãos, os idosos serão capazes de manter a produtividade no trabalho e, até mesmo, de praticar esportes”.

Quanto ao planeta ficar superpopuloso, Kennedy afirma que poderá acontecer justamente o contrário. “Veja o Japão, por exemplo. A média de 1,3 filhos por casal não é suficiente para manter o crescimento da população. Isso também acontece em vários países em desenvolvimento. Se as coisas não mudarem, é quase possível prever quem será o último japonês da Terra. A Rússia paga para você ter filhos. A China deve parar com sua política de um filho por família. Nas regiões mais ricas do planeta, o problema é, na verdade, a subpopulação”.

Apesar disso, muitas pessoas expressam preocupação com o que consideram uma alteração da ordem natural das coisas. A manipulação da expectativa de vida humana é ética ou até mesmo razoável?

“Não diferencio o envelhecimento da cura do câncer” afirmou Kennedy. “Gastamos toneladas de dinheiro no tratamento do câncer e, hoje, as pessoas vivem mais que 50 anos atrás, algumas até são curadas. Achamos que isso é a coisa certa a fazer. Tentamos nos focar nos fatores de risco do câncer, do diabetes, da catarata, do mal de Alzheimer e de outras doenças. O envelhecimento é um fator de risco”.

Alexander Zhavoronkov, autor de “The Ageless Generation: How Advances in Biomedicine Will Transform the Global Economy (A Geração sem Idade: Como os Avanços da Biomedicina vão Transformar a Economia Global)” disse que mesmo com os avanços da pesquisa biomédica, ainda existem fatores sociais que podem interferir no envelhecimento saudável e produtivo da população.

Zhavoronkov afirma que “o modo como a sociedade vai se adaptar ao envelhecimento da população dependerá da economia. Se rejuvenescermos mais depressa que o aumento da expectativa de vida, entraremos em um cenário chamado ‘estado de abundância radical’. A expectativa maior de vida já é uma realidade, meu maior receio é o colapso econômico. O conhecimento já existe, mas se algo acontecer com o dólar americano, a base da economia global, o mundo pode essencialmente morrer durante algum tempo”.

Zhavoronkov está otimista sobre a produção e o envelhecimento da população, desde que a economia permaneça relativamente estável.






  Fonte: Discovery noticias

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